MAJOR BRIGADEIRO DO AR PEDRO FRAZAO DE MEDEIROS LIMA - UM AVIADOR PRINCESENSE

MAJOR BRIGADEIRO DO AR PEDRO FRAZAO DE MEDEIROS LIMA - UM AVIADOR PRINCESENSE



Biografia resumida ( por Marina Frazão)

Pedro Frazão de Medeiros Lima nasceu em Princesa Isabel, na Serra
da Borborema, sertão da Paraíba, em 1923. Seu pai, José Frazão de M.
Lima, farmacêutico, fazia as vezes de médico, conselheiro e juiz em um
tempo em que a lei e a ciência restringiam-se aos grandes centros do país.
Sua mãe, Ana Florêncio de Medeiros Frazão era uma mulher valente e
resoluta.
Foi cadete da lendária Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos.
Declarado Aspirante a Oficial Aviador em 1944, teve suas primeiras funções
servindo como piloto de caça na Base Aérea de Santa Cruz e participando
do patrulhamento do Litoral Brasileiro, com a II Guerra Mundial ainda em
curso. Após o término da guerra voltou aos Afonsos como instrutor de vôo
e orgulha-se de nenhum de seus alunos ter morrido em acidente de avião,
por conta da sua constante e insistente doutrinação sobre segurança de
vôo. Já como 1º tenente, na Base Aérea de Recife, passou a pilotar os
grandes aviões que compunham a FAB da época. Ainda servindo em
Recife, fez os cursos de Tática Aérea e Anti-Submarino Aéro-Naval ~ Na Base
Aérea de Natal participou dos primórdios de uma Esquadrilha da Fumaça,
quando os aviões eram os T-6 e a própria idéia da fumaça ainda não havia
surgido, mas as acrobacias, ousadas para esse tempo, faziam grande
sucesso.
Junto com outras funções, cumpria escalas do Correio Aéreo
Nacional ~ Promovido a Capitão, teve a experiência de servir com o oficial
que seria o seu exemplo de comandante, o Brigadeiro Henrique Fleiuss. Foi
seu Ajudante de Ordens na Sub-Chefia do Estado Maior da Aeronáutica
(EMAER), ao mesmo tempo em que voava no Grupo de Transporte
Especial, onde transportou grandes autoridades. Depois, já Major, quando o Brigadeiro foi nomeado Comandante da Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, passou a seu assistente. 0 Brigadeiro Fleiuss nomeado Ministro da Aeronáutica, tornou-se Oficial de Gabinete do Ministro, na função de Agente Diretor.
Seu primeiro comando, recém promovido a tenente-coronel, foi o 5o Grupo de Aviação, em Natal. Após dois anos, novo período no Rio de Janeiro, como Chefe de Gabinete da Diretoria de Ensino da Aeronáutica e em seguida fez o Curso de Comando e Estado Maior, na ECEMAR (Escoia de Comando e Estado Maior da Aeronáutica) Terminado o curso, foi nomeado Instrutor da mesma Escola. Em 1965, a transferência para Belém foi a concretização de um sonho. Nas ocasiões em que havia voado sobre a Amazônia sentia um imenso desejo de conhecer melhor aquela região magnífica. Primeiro como oficial do Estado Maior da então 1ª Zona Aérea (hoje Primeiro Comando Aeroregional — I COMAR), em seguida como Comandante da Base Aérea de Belém. Realizando, além do seu trabalho administrativo, missões aos mais longínquos pontos da Amazônia pode, durante três anos, estudar a região em todos os seus aspectos geográficos e sócio-econômicos.
Passou pelo comando da Base Aérea de São Paulo, pela então IV Zona Aérea, hoje IV COMAR, como Chefe de Estado Maior e pela Comissão de Construção da Academia da Força Aérea em Pirassununga. Serviu em Brasilia, no EMFA (Estado Maior da Forças Armadas) e, já brigadeiro, cursou a Escola Superior de Guerra. Durante este curso fez uma viagem de instrução ao Japão e a Coréia. Em 1974 foi nomeado Adido Aeronáutico junto a Embaixada do Brasil em Washington, Estados Unidos, e em Ottawa, Canadá, cumulativamente com a função de representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA) e membro da Junta Interamericana de Defesa. Durante esse período viajou por toda a América, do Chile até acima do Círculo Ártico. Cumpridos os dois anos da função, retornou ao Brasil, nomeado Diretor Geral do Centro Técnico Aeroespacial— CTA — em São José dos Campos.
No CTA, onde foi promovido a major-brigadeiro, além do seu trabalho administrativo, dedicou-se a renovação do ambiente físico e cultural do "campus". Assinou o termo de transferência da tecnologia do motor a álcool, desenvolvida no CTA, a indústria civil e deu partida a primeira viagem em um automóvel movido a álcool que percorreu o Brasil. A pedido da colônia japonesa convidou e recebeu o então príncipe herdeiro do Japão, atual Imperador Akihito, e sua esposa, a princesa Michico, que visitavam o Brasil, para uma visita ao CTA. Durante esse tempo, após tantas transferências e mudanças, sua carreira chegando ao fim, decidiu fixar residência na área de São José dos Campos. Adquiriu uma chácara na divisa com o município de Jacareí, onde mora até hoje. Mas ainda haveria outra transferência. Em 1979 foi nomeado Sub-Comandante e Diretor de Estudos da Escola Superior de Guerra. Em 1981 pediu sua passagem para a reserva. Foram 42 anos de serviço ativo.
Uma vez na vida civil, dedicou-se a realizar palestras sobre a Amazônia e problemas brasileiros, como ecologia e meio ambiente, em universidades, clubes de serviço e cursos da ADESG, em várias cidades, o que, aliás, já vinha fazendo desde o tempo em que servia na construção da Academia da Força Aérea em Pirassununga. Durante dois anos foi Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos. Membro do Grupo de Estudos sobre Meio Ambiente da Companhia Vale do Rio Doce, ambos serviços voluntários. Ingressou no Rotary Club de São José dos Campos em 1983 e foi presidente do Clube em 1985. Um dos fundadores da Associação Brasileira de Cultura Aeroespacial, ABCaer, foi presidente.
Ele e sua esposa Marina tiveram três filhas: Maria Emília, Ana Luiza e Rosa Maria. E têm um neto, João Pedro, filho de Maria Emília.

(Biografia resumida elaborada por Marina Frazão – esposa do biografado – para servir como material de referencia nas homenagens que lhe foram prestadas pela Camara de Vereadores de sua cidade natal, Princesa Isabel - PB)

ICONOGRAFIA - (acervo Marina Frazão)





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Postado por CHICO FLORENCIO no HISTORIA DE PRINCESAPB 

1 comentários:

  1. JNRuecker disse...:

    Ouvindo o MBRIG Frazão aprendi muito sobre proteção de meio ambiente e sobre condições sociais principalmente na Amazônia. Pessoa ímpar.