‘É bem melhor conter a revolta, contar os dias e esperar a volta’, diz Cássio em 1º pronunciamento

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O ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) fez na manhã desta quinta-feira 5 o primeiro pronunciamento depois de sair do Governo do Estado (leia íntegra abaixo). Nele, reitera que não cometeu ilícitos e aponta injustiça: “Arrancaram meu mandato”.

- Os mais de um milhão de eleitores que me concederam seu voto e sua confiança sabem porque me escolheram. Ninguém terá hoje o direito de acusá-los de vendilhões de votos. Isso tem um nome: injustiça.

Cunha Lima avisa que voltará a percorrer os municípios paraibanos e mostra disposição de retornar à cena política:

- É bem melhor conter a revolta, contar os dias e esperar a volta, diz o ex-governador.

O ex-governador diz que “outras eleições virão” e que disputará votos nas ruas.

- De novo a Paraíba nos encontrará nas ruas, defendendo políticas públicas, mostrando o que fizemos e o que pretendemos fazer.

Ele faz ainda retrospecto dos mandatos:

- Todos os nossos mandatos conquistamos nas ruas, nas praças, de forma limpa e legítima, sempre pelo voto direto. Assim vencemos duas eleições para deputado federal e sete eleições majoritárias – quatro das quais para o Governo do Estado. De novo percorreremos todos os municípios da Paraíba, dos quais em momento algum nos afastamos.

Veja íntegra do pronunciamento:

"Meus amigos, minhas amigas de toda a Paraíba:

Recolhi-me ao silêncio e à oração, à reflexão e ao convívio da família. Ninguém me acusará de haver, de alguma forma, perturbado a caminhada da Paraíba, com a proclamação de meu justo protesto e de minha legítima irresignação. Mas nada, nem ninguém calará a certeza da injustiça de que fui vítima. Arrancaram-me o mandato, mas enquanto tiver vida e voz gritarei o que a Paraíba isenta reconhece: não cometi nenhum dos ilícitos de que me acusaram para tirar-me o mandato legítimo conquistado limpamente. Os mais de um milhão de eleitores que me concederam seu voto e sua confiança sabem porque me escolheram. Ninguém terá hoje o direito de acusá-los de vendilhões de votos. Isso tem um nome: injustiça.

Entrego a Deus o meu futuro. Confio à Paraíba o meu destino.

Agradeço, comovido, a corrente de orações e manifestações, o apoio e a solidariedade silenciosa dos paraibanos, muitos dos quais nem nos deram o seu voto, mas discordam do processo utilizado para o nosso afastamento. Testemunhas de nossas ações, eles têm o último e irrecorrível juízo sobre o homem público. Esse julgamento nos reconforta.

A injustiça não nos abaterá. Tiraram-me o mandato, mas ninguém me usurpará a honra. Mais cedo ou mais tarde, a verdade triunfará.

Aos que conosco têm dividido tribunas e trincheiras e partilhado sonhos, ideais e provações – de forma especial aos senadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos, vereadores, lideranças, o movimento popular, o movimento social - reiteramos a cada um a certeza de que me terão sempre inteiro a seu lado, na defesa dos objetivos maiores que traçamos, de construir o desenvolvimento da Paraíba e a melhoria da vida dos paraibanos principalmente daqueles que mais precisam.

O que nos uniu até hoje, no Governo ou na Oposição, foram idéias e bandeiras comuns.

A Paraíba sabe que sempre respeitei a divergência; jamais pressionei dirigentes partidários, muito menos confinei convencionais. Os que estiveram conosco sempre acreditaram na força das idéias e na verdade das palavras. Assim de novo o será.

Outras eleições virão. E de novo a Paraíba nos encontrará nas ruas, defendendo políticas públicas, mostrando o que fizemos e o que pretendemos fazer. Todos os nossos mandatos conquistamos nas ruas, nas praças, de forma limpa e legítima, sempre pelo voto direto. Assim vencemos duas eleições para deputado federal e sete eleições majoritárias – quatro das quais para o Governo do Estado. De novo percorreremos todos os municípios da Paraíba, dos quais em momento algum nos afastamos.

Tenho, como o poeta, apenas duas mãos e o sentimento do mundo. Apenas a palavra e a certeza inabalável de que a verdade sempre prevalecerá.

Não importa que hoje não tenham feito justiça. Um dia a história o fará. Um dia a Paraíba novamente nos julgará. E este julgamento, sim, será definitivo.

Como diz o meu pai, o poeta Ronaldo Cunha Lima, é bem melhor conter a revolta, contar os dias e esperar a volta.

Muito obrigado! "

Muito obrigado! "

Ouça, no botão abaixo, o áudio com o pronunciamento do ex-governador.


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